![]() Está
hoje em curso um intenso debate sobre as consequências das
transformações tecnológicas para a gestão arquivística e para a
preservação da memória. A transição para um paradigma digital
supõe, no entanto, uma destabilização epistemológica mais
profunda, com repercussões que vão
além do
eventual impacto ao nível da política arquivística. Uma transição
que implica a nossa própria relação com os arquivos (pessoais e
institucionais) e a sua partilha. É assim a própria noção de
Arquivo, nas suas diversas acepções, comuns e especializadas, que é
interpelada e de certo modo reconfigurada, quando a realidade do
arquivo é literalmente posta em movimento pelo seu devir digital.
Seja na sua acepção de coleção de traços do passado, de
"conteúdo” de arquivo (documentos e registos propriamente
ditos), de estrutura ou ordenação do material de arquivo, a
digitalização veio perturbar totalmente a ordem arquivística da
qual decorrem as significações desta noção. O que é, então, o
arquivo, hoje? Durante
três anos (2017 a 2019), o ciclo O
que é o Arquivo? organiza uma série de Laboratórios, encontros de trabalho e
de discussão, onde, de cada vez, esta pergunta será colocada a
partir de práticas e saberes visuais particulares e de campos de
trabalho e investigação específicos. |
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